Angélica Duarte é uma artista multifacetada, cantora, compositora, arranjadora, instrumentista e produtora, cuja trajetória reflete autonomia, técnica e ousadia criativa. Nascida em São Paulo e radicada no Rio de Janeiro, ela combina sua formação erudita em canto lírico com uma visão contemporânea da música popular.

Sua estreia fonográfica, em 2018, foi com o EP "Odara", no qual interpretou três clássicos de Caetano Veloso (“De Manhã”, “Odara” e “Tigresa”), anunciando uma artista de voz refinada e sensibilidade poética.

Em 2021, lançou seu primeiro álbum autoral, "Hoje Tem", produzido por ela e Lourenço Vasconcellos, com participações de Letrux e Juliana Linhares.

O disco passeia entre rock, pop e MPB, e aborda de maneira libertária e íntima temas como a experiência feminina, a crítica social e o afeto, tudo com arranjos cuidadosos que mostram sua maturidade artística.
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Mais recentemente, em outubro de 2025, Angélica entregou um salto ousado em sua identidade musical com o álbum TOSKA, lançado pela YB Music.

Nesse trabalho, ela assume a produção musical de forma íntegra, criando a partir de home studio, explorando softwares, loops e sintetizadores para construir uma linguagem pop eletrônica autoral.

As referências vão da new wave brasileira aos timbres de Radiohead, Garbage, rap e até funk carioca, tudo filtrado por sua perspectiva incisiva e pessoal.

Em TOSKA, ela trata de temas densos como moral católica (“Doida”), feminismo (“Amiga”, “Sua Mãe Só Quer Seu Bem”), corpo e autoimagem (“Barriga de Lanche”), e até faz uma homenagem literária à poeta Hilda Hilst com a faixa “GOSTUESSO”.

O nome do álbum une duas de suas facetas: a herança lírica (remetendo à ópera Tosca) e sua persona pop-millennial (como nos “kkkk” da internet dos anos 2000).

Além de sua carreira como intérprete, Angélica se dedica à produção musical de outros artistas. Em 2024, ela lançou o EP "deuZONAS – vozes ferozes", reunindo vozes femininas e dissidentes e destacando sua visão combativa e inclusiva.

Sua formação é sólida: estudou canto na EMMSP, formou-se em letras na USP e concluiu bacharelado em MPB e arranjo na UNIRIO.

Paralelamente, leciona canto desde 2008, contribuindo para a cena musical ao transmitir seu conhecimento técnico e artístico a novas gerações.

Com "Odara", "Hoje Tem" e "TOSKA", Angélica Duarte comprova sua versatilidade, coragem e autoridade. Ela é uma figura inspiradora para artistas independentes que buscam não apenas expressão, mas controle sobre sua narrativa e identidade sonora.