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Eduardo Du Norte: Da Amazônia para o mundo, um canto independente que ecoa cultura e identidade
- Tião Folk
- 29 de ago.
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Atualizado: 30 de ago.
Por Tião Folk, 29/08/2025 às 10:35
Em um cenário musical em que a superprodução dita as regras, a voz de artistas independentes ecoa como um sopro de originalidade e resistência. É o caso de Eduardo Du Norte, um artista paraense que, com seu talento multifacetado, transcende barreiras e firma sua trajetória como uma das vozes mais autênticas da música amazônica contemporânea.
Nascido em Manaus (AM) e radicado em Belém (PA), Eduardo celebra sua identidade amazônida com o lançamento de seu quarto álbum autoral, "Da Amazônia, Do Mundo", disponível nas plataformas digitais desde janeiro de 2025. O disco, que mescla ritmos regionais com influências globais, e se conectam com outras influências culturais, como a coladeira de Cabo Verde, bolero e cúmbia. Não é apenas uma coleção de canções, mas um manifesto cultural que ecoa as águas dos rios, as batidas dos tambores e as conexões além-fronteiras. Com nove faixas, incluindo parcerias com nomes como Nilson Chaves, Lambada Social Club, Lia Sophia, Mohan Enrique e o guitarrista cabo-verdiano Manuel di Candinho, realçando essa confluência de sons e referências. O álbum reforça a trajetória de um artista que, aos 15 anos de carreira, transforma desafios em conquistas.
O show de lançamento, que lotou o Teatro Margarida Schivasappa em Belém, com a participação de grandes nomes como Nilson Chaves, Gigi Furtado, Lambada Social Club, Dulce Cardoso entre outros, foi uma amostra da magnitude desse projeto. A mescla de carimbós e bois-bumbás com ritmos caribenhos, bolero, cumbia e a Coladeira de Cabo Verde, como ele mesmo pontua, é um elo que liga o Pará ao mundo. Em uma entrevista exclusiva à Revista Dissonância, disponível no canal da Dissonância no Youtube, ele ressalta a "irmandade" entre os ritmos, uma percepção que nasceu durante um show em Cabo Verde.
Como artista independente, Eduardo Du Norte personifica a garra necessária para navegar no universo da música sem o respaldo de grandes gravadoras. No início, ele enfrentava o que muitos criadores independentes conhecem bem: "correr atrás de tudo", desde a produção até a divulgação. É o artista contra o mundo, lidando com orçamentos apertados, agendamentos e a incerteza de cada passo, conforme ele confidencia em entrevista exclusiva à Revista Dissonância.
Atualmente, Eduardo mantém forte presença nos palcos de teatros importantes, como o Teatro Margarida Schivasappa e o Teatro Experimental Waldemar Henrique, ambos em Belém, além do Teatro Amazonas e do Teatro da Instalação em Manaus. Ele lotou o Teatro Margarida Schivasappa com o show homônimo ao álbum, em janeiro de 2025, apresentando faixas inéditas ao lado de convidados como Nilson Chaves e o grupo Lambada Social Club. Em Manaus, sua terra natal, o Teatro da Instalação recebeu a celebração de seus 15 anos de carreira em setembro de 2023, com participações de artistas locais como Clóvis Rodrigues e Magaiver. Esses espetáculos não são mero acaso: eles refletem a capacidade de Eduardo de conectar-se com públicos diversos, provando que independência não significa isolamento.
O artista se revela audacioso e não teme desafios. Prova disso é a música Chibé, poema musicado que quase não foi gravado. "Eu tinha medo de não conseguir carregar toda a emoção e intensidade da letra", revelou na entrevista à Dissonância. O texto, carregado de simbolismo amazônico, evoca o alimento tradicional feito de farinha de mandioca, representando raízes e resistência. Considerada uma das joias de seu novo álbum. Eduardo Du Norte conta que a ousadia venceu o medo, e hoje a faixa é uma das suas preferidas do disco, um lembrete do poder da superação.
No início da sua trajetória, Eduardo encarou os desafios típicos de um artista independente, tendo que "correr atrás de tudo" sozinho. Porém, com o tempo, entendeu a importância de uma equipe que o apoiasse na produção, divulgação e realização de shows. Hoje, ele compartilha a jornada com profissionais que auxiliam no sucesso de seus lançamentos e apresentações, tornando sua carreira mais sustentável.
O amor pela cultura amazônica é o que o move. Na entrevista exclusiva para a Revista Dissonância, disponível no canal da Dissonância no YouTube, Eduardo ressalta que a música amazônica é muito rica e que ao compor para a cultura regional, desperta um sentimento de orgulho avassalador no caboclo ao ouvir falar de sua própria cultura. "Quando o caboclo ouve alguém falar dele, da sua cultura, nasce um orgulho avassalador dentro dele, mais do que o esperado". Ver essa reação é, para ele, a maior recompensa, ouvir o eco do impacto de canções que celebram a floresta, os rios e o povo nortista. Essa visão se materializou em seu álbum anterior, "Canto de Rio", com participações de mestres como Manoel Cordeiro, e continua em projetos paralelos como o "Tambores Encantados", em parceria com Flávio Gama e Antônia Conceição.
Em agosto de 2025, Eduardo Du Norte se apresentou na Mostra Sesc Cariri de Culturas, em Crato-CE, um dos maiores encontros culturais do Brasil, que reúne artistas da cultura nortista e nordestina, destacando ainda mais sua atuação no cenário cultural nacional.
Olhando para o futuro, os planos para 2026 são ambiciosos: rodar o Brasil com o show de "Da Amazônia, Do Mundo" e gravar um novo álbum. Mas, para os leitores da Dissonância, ele guarda um segredo: a revelação de seu novo trabalho será feita em primeira mão aqui na revista, assim que o primeiro acorde ressoar no estúdio de gravação.
Para artistas independentes em busca de inspiração, a história de Eduardo Du Norte é um lembrete: com raízes firmes e asas abertas, é possível conquistar o mundo.
Conheça a página bio-discográfica de Eduardo Du Norte. Clique aqui
Assista à entrevista exclusiva para e Revista Dissonância:
Veja o Clipe de "Arreda Arreda" com a Direção Artística de Andrey Alves:
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