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Rubah e seu “Amour”: porque fronteiras são chatas demais para quem tem riffs fuzz e uma salada de idiomas

Por Max Clark, 10/09/2025 às 10:20


rubah cantando

Lá vem ele, Rubah, o maestro mineiro que há mais de duas décadas faz a guitarra gritar, provando que resiliência não é só papo de coach, mas praticamente seu sobrenome (ok, na verdade é Edgard Leite de Oliveira, mas quem liga?). Num mundo onde artistas reciclam riffs como se fossem latinhas de alumínio, Rubah lançou “Amour” em agosto de 2025 como um coquetel Molotov cultural, misturando gravação em fita analógica, trechos cantados em japonês e falas em... espera aí, crioulo haitiano? Porque, claro, pra que se limitar a um idioma quando você pode bagunçar o algoritmo do Spotify em três? É como se ele pegasse um mapa-múndi e dissesse: “Desafio aceito – vou fazer uma faixa que precisa de legenda pra legenda.”


rubah, amour

Se você está cansado de músicas que parecem ter sido feitas com um manual de "rock para leigos", "Amour" é o seu paraíso. E vamos falar desse impacto: “Amour” não é só um single, é uma surra sonora que alcançou mais de 100 mil streams em míseros quatro dias, deixando os fãs de indie rock com o queixo no chão. Gravado em fita analógica (sim, a velha fita magnética que faz qualquer purista do som sorrir) pra dar aquele charme vintage (porque digital é tão 2024), a música junta psicodelia afropunk, melodias setentistas que fariam sua avó balançar a cabeça, e uma energia punk japonesa com a colaboração explosiva da banda feminina SecondLady, direto de Osaka.

second lady e rubah
Alyse Sugahara - Osaka. Japão

Imagina a cena: a voz rouca de Rubah em português duelando com os vocais intensos de Alyse Sugahara em japonês, com pitadas de crioulo haitiano trazendo um toque poético e trágico, tudo isso sobre guitarras fuzz tão pesadas que poderiam servir de isolante térmico.


rubah na guitarra

E os riffs de guitarra? Sempre a arma secreta do cara, são como trovões cafeinados, prontos pra fritar seus tímpanos e fazer você desconfiar que seus alto-falantes estão possuídos. Com solo de guitarra de Rone Gomes, baixo pulsante de Hiago Fernandes, bateria esmagadora de Cazão Drums, tudo composto, cantado, tocado e produzido pelo próprio Rubah, com masterização do lendário Jorge Guerrero (que já deu brilho a Pitty e Sepultura). É uma aula de criatividade sem limites, mostrando que o cérebro de Rubah é uma zona livre onde ideias colidem como carrinhos de bate-bate numa feira multicultural.


Mas vamos dar um rewind. Essa não é a primeira vez que Rubah sobe ao pódio da excentricidade. Começando em 2001 com o disco “Cidadão Perfeito” da banda Misericore, seguido pelo homônimo em 2004, ele partiu pra carreira solo em 2020 com o EP “Encruzilhada”, uma mistura apimentada de blues, jazz, punk e cultura negra latino-americana, gravado em Buenos Aires porque, por que não? Em 2021, veio o EP “Libertad”, lançado simultaneamente no Brasil, Cuba, Argentina, México e Itália – fala sério, o cara coleciona carimbos no passaporte.


rubah quarantine

No auge da pandemia, enquanto muita gente só sabia fazer pão caseiro, ele soltou “Quarantine”, um single cru que capturou a febre claustrofóbica do isolamento com guitarras pesadas e letras que batiam mais forte que toque de recolher.


rubah origem

Em 2023, chegou o disco “Origem”, sua obra-prima sobre raízes humanas e devaneios futuristas, com afinações graves de 7 cordas, toques de jazz e aquele indie rock brutal. Produzido em Juiz de Fora com masterização impecável, o álbum trouxe clipes cinematográficos que somaram mais de 500 mil visualizações em 18 vídeos, misturando cenas sombrias de hospital em “Quarantine” com homenagens familiares em “Ana Laura”. Rubah não só sobreviveu à selva indie; ele dominou, transformando perrengues em solos de guitarra que gritam “vem que tem”.


Numa indústria que mastiga artistas independentes e cospe sensações de TikTok descartáveis, Rubah é um farol de resiliência à prova de sarcasmo, o tipo que inspira produtores de quarto a desenterrar seus amplificadores e sonhar alto. Ou pelo menos sonhar com 100 mil streams sem vender a alma pra uma gravadora.


rubah clipe amour

Com um clipe de “Amour” que mistura o Brasil intenso com o neon de Osaka, filmado em dois continentes pra ecoar visualmente esse caldeirão cultural, ele não tá só fazendo música; tá construindo pontes (ou talvez só explodindo elas com riffs de dinamite). Dá um pulo no Spotify, Instagram (@rubahoficial) ou YouTube pra conferir, o cara tem uma base de fãs que cresce como erva daninha bem adubada.


Rubah, seu gênio louco: mantenha essa criatividade sem freio, porque nesse cenário pop sem graça, a gente precisa de mais “Amour” e menos mesmice.


Conheça a página bio-discográfica do Rubah. Clique aqui


Veja o clipe oficial de Amour co Rubah e Second Lady:



Ficha Técnica de “Amour”

  • Composição, letra, voz, guitarra e produção musical: Rubah

  • Feat. vocal: Alyse Sugahara (SecondLady)

  • Guitarra solo: Rone Gomes

  • Baixo: Hiago Fernandes

  • Bateria: Cazão Drums

  • Gravação: Fabiano Oliveira (Estúdio Fulltime – Juiz de Fora/MG)

  • Masterização: Jorge Guerrero (Pitty, Sepultura, Dead Fish, Matanza)

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