Thrills & The Chase: A Saga do Rock Paulistano Continua com "No City Lights"
- Max Clark

- 13 de nov.
- 6 min de leitura
Por Max Clark, 13/11/2025 às 08:00

Ah, os Thrills & The Chase! Essa banda paulistana que parece ter saído de uma trilha sonora de filme cult dos anos 70, mas com um pé firme no caos divertido do rock atual. Fundados em 2010, quando o mundo ainda debatia se o CD ia engolir o vinil ou se o bolachão ia contra-atacar com seu charme analógico nas lojas de discos, na época em que playlists eram, no máximo, uma pilha de discos ao lado do som (lembra daqueles balcões cheios de capas coloridas e debates acalorados?), esses caras vêm resistindo como heróis do underground. E agora, para nossa alegria coletiva, eles acabam de lançar o single "No City Lights" no dia 25 de agosto de 2025.

Sim, 2025, porque o tempo voa, mas o rock deles continua atemporal! E o melhor: veio com um clipe fresquinho, dirigido pela talentosa Roberta Fabruzzi, que já é parceira de longa data. Vamos celebrar isso como se fosse uma festa de aniversário, afinal, uma banda que mistura rock sujo, blues, jazz e uma pitada de "música triste para dias felizes" (como eles mesmos definem) merece fogos de artifício!
Era o começo dos anos 2010, smartphones ainda eram novidade, e o Thrills & The Chase surgia das cinzas de projetos anteriores, com Calvin Kilivitz nos vocais (aquele cara que canta como se estivesse contando segredos da noite), Louis Daher na guitarra (o mago dos riffs que grudam no cérebro), Zé Menezes na bateria (agora Zé Telles, que recentemente ganhou um post de aniversário no Instagram revelando que a banda nasceu no jardim dele – poético, né?) e Guilherme Di Lascio no baixo. Ah, e não esqueçamos o tecladista Claudio Guidugli, que brilhou em álbuns passados, mas agora o grupo segue como um quarteto afiado, com Fabio Machado assumindo o baixo.

Desde o primeiro EP, Introducing Thrills (And The Chase), de 2012, um disco que já soava como uma jam session dançante e crua, cheia de influências de hard rock e glam, esses malucos mostraram que não estavam para brincadeira. Era rock'n'roll sem frescuras, daqueles que fazem você balançar a cabeça e rir das próprias desilusões noturnas.

Avançando no tempo (e pulando as brigas entre CD e vinil, que acabaram em empate técnico com o streaming), veio o segundo EP, Women, Fire and Dangerous Things, em 2014. Lançado com faixas como "Kiss Me Dead" e "Jesus Is a Woman", esta última com um clipe épico estrelando uma pole dancer, Deborah Rizzo, que transformou o rock em algo mais rock'n'roll que muita banda por aí!
Reportagens da época, como no Crush em Hi-Fi, destacavam o show de lançamento no pub Gillian’s Inn, com direito a divisão de palco com bandas como Slot e Chains. Era o Thrills provando que ser independente não é opção, é estilo de vida, como disse Calvin em uma entrevista ao Whiplash.Net em 2016:
"Somos independentes porque cantamos rock em inglês no Brasil, e isso não nos torna atraentes para o mainstream... mas é o que fazemos de melhor!"
E aí, em 2017, o primeiro álbum cheio: Original Monday Night Soundtrack. Ah, que delícia! Conceitual, inspirado na boemia do Baixo Augusta (aquela rua que já viu mais noites loucas que um vampiro centenário), com faixas como "Evangeline" (homenagem a Marilyn Monroe) e "Ballad of the Underworld".

O disco foi gravado com capricho, produção de Paulo Senoni, e lançado com pompa no Hits Perdidos, que elogiou a mistura de blues, soul, funk e mod rock: "como os Rolling Stones, mas com elegância paulistana". O show de lançamento na Associação Cultural Cecília, com abertura do Mundo Alto e DJ set do editor Rafael Chioccarello, foi daqueles eventos que fazem você pensar: "Por que não nasci em São Paulo para ver isso ao vivo?" (Ou, se você é de lá, "Por que eu perdi isso?").

A banda não parou por aí. Veio o projeto audiovisual The Naked Sessions em 2016, participações em tributos (como o cover motown de "Diversão" dos Titãs no O Pulso Ainda Pulsa), e durante a pandemia, uma versão de "(Sittin’ on the) Dock of the Bay" de Otis Redding para o festival beneficente Unidos pela Vila Gilda.
Em 2023, o segundo álbum, Thrills After Dark, trouxe uma virada mais psicodélica e pós-punk, gravado no Estúdio Aurora com produção de Carlos Freitas e Júlio Miotto. Citado em listas de melhores do ano no Scream & Yell e Hits Perdidos, o disco rendeu clipes incríveis: "A Special Place in Hell", com crítica ao ativismo de sofá e hustle culture e estrelando a bailarina Carol Esposito, "St. Therese (Dark Night of the Soul)" (uma viagem ao inconsciente, segundo o Disconecta) e o clipe de comemoração do álbum na Headbangers News.

Calvin definiu o som como "justaposição entre letras sorumbáticas e instrumental enérgico" – ou, nas palavras do Pop Fantasma, "música triste para dias felizes, ou o contrário". Rimos para não chorar, mas dançamos!

E agora, em 2025, "No City Lights"! Gravado em home studio, com cada membro trabalhando separado (porque pandemia ensinou a gente a ser criativo à distância), o single é minimalista e contemplativo: guitarras limpas, violões, percussão eletrônica e efeitos psicodélicos que não roubam a cena dos vocais de Calvin. Como ele mesmo diz, é um "epílogo" de Thrills After Dark (lançado exatamente dois anos antes, no mesmo dia 25 de agosto - coincidência ou destino rockeiro?), e um "epitáfio" para a era anterior, anunciando o futuro como quarteto.
“É o final da era do segundo álbum. Tudo termina onde começou, no jardim do Zé, invocando Teresa de Lisieux”
O clipe, filmado no mesmo cenário de fotos do último disco, é uma ponte visual entre o passado e o presente da banda. E marca também o reencontro com Roberta Fabruzzi, responsável por diversos videoclipes icônicos do grupo desde o cultuado “Jesus Is a Woman” (2015), aquele lançado num pub paulistano e lembrado por quem viveu os bons tempos da cena alternativa.

Como nos revela Calvin, com aquele ar poético que parece ter vindo direto da penumbra dos bares de jazz. “A canção é um epílogo e também um epitáfio — o futuro dos Thrills é um enigma… agora como quarteto".
Com mais de 15 anos de estrada, os Thrills & The Chase provam que persistência é o melhor riff. Do Baixo Augusta aos streamings globais, eles seguem embalando nossas noites imaginárias com "Soundtrack Rock" sujo, elegante e sempre dançante.
Parabéns pelo novo single, rapazes! Que venham mais clipes, mais álbuns e mais brigas resolvidas entre CD e vinil (agora no formato playlist). Sigam no YouTube, Facebook e Instagram para não perder o próximo capítulo dessa saga rockeira. Rock on!
Veja o Clipe oficial de No City Lights:
LETRA: It's the evening but I see no city lights in the streets on in your eyes
And you know which one I really care to see shine once more
And I don't know why it is that we keep tumbling when we should be standing tall
And I wonder whether I should just give in
I'm not good at praying, so it goes like this:
St Therese, do you feel my pain, make it go away
Joan of Arc, now raise your shield and take the pain away
Let me see the city lights in the streets or in your eyes
Your eyes see no lights
Here's the vesper but I see no city lights in the streets or in your eyes
And you know which one I really care to see shine once more
And it hurts so much because the world keeps turning and I need it to stand still
And I wonder whether I should just give in
I'm not good at praying so it goes like this:
St Therese, do you feel my pain, make it go away
Joan of Arc, now raise your shield and take the pain away
Let me see them city lights in the streets or in your eyes
Your eyes see no lights
See no city lights in the streets or in your eyes

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