Anderson Almeida lança “Podicê” e celebra o poder do tempo em sua estreia solo
- Tião Folk
- 1 de nov.
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Por Tião Folk, 01/11/2025 às 09:10

Há um brilho diferente no olhar de quem lança a primeira obra para o mundo. Uma mistura de ansiedade, orgulho e uma coragem quase teimosa, daquelas que movem artistas independentes a transformarem sonho em realidade. É nesse turbilhão de emoções que o cantor e compositor Anderson Almeida apresenta “Podicê”, o primeiro single de seu EP de estreia solo, um trabalho que nasce das parcerias certas, das vivências acumuladas e de uma fé inabalável no tempo, esse remédio precioso que, segundo ele, cura todas as coisas.

Lançado em 7 de outubro, o folk-pop já acumula mais de mil plays em menos de 24 horas no Spotify, provando o impacto imediato de uma obra nascida da alma. "É a materialização de uma jornada e de um sonho antigo", descreve o cantor em entrevista exclusiva à Revista Dissonância, revelando a emoção crua de soltar sua primeira criação autoral para o mundo.
"A gente acompanhando, cada vez mais depressão, cada vez mais ansiedade... o tempo está perdendo seu preciosíssimo valor"
São as palavras certas para explicar a mensagem central da faixa, onde estrofes cheias de conflitos dão lugar a um refrão libertador: o tempo cura.
A faixa, uma fusão refinada de folk, pop e MPB, traz assinatura de um dos maiores nomes da música brasileira, Michael Sullivan, que assina o refrão e divide com Anderson uma conexão artística que ultrapassa a técnica.

“Eu levei minhas canções, toquei algumas, e ele me disse: ‘vamos fazer um EP, porque seu trabalho é bonito, tem verdade’. Eu fiquei emocionado demais”, conta Anderson. Desde então, Sullivan se tornou mentor e amigo, acompanhando de perto a construção de “Nada Separa a Gente”, primeiro EP do cantor.
Mas as expectativas são altas: depois de mais de 20 anos de carreira, migrando do regional baiano-nordestino para um folk brasileiro autêntico, Anderson reinventou-se em 2025. Raízes nordestinas, criado no Rio e radicado nas montanhas de Minas Gerais, ele funde maracatu, xote e baião com violão folk, criando um som "bem brasileiro, embora pop, com cheiro de blues".

A mensagem de “Podicê” é profunda. A música fala sobre os conflitos internos de um sujeito aflito, que busca respostas em um mundo apressado, onde tudo é “para ontem”. Mas o refrão, lapidado por Sullivan, entrega serenidade: é o tempo, e só ele, que tem o poder de curar. “O senhor do tempo vai trazer a resolutiva do problema”, explica Anderson. “E no mundo real é isso mesmo. O tempo é um remédio preciosíssimo.”
Um feito antes mesmo do lançamento

Antes de "Podicê" ver a luz do dia, Anderson já brilhava nos palcos. Ele chegou às finais da 2ª Edição do Festival de Música Caipira de Santana de Parnaíba, em São Paulo, conquistando o 4º lugar na categoria Livre, um triunfo para um independente sem gravadora.

"Foram muitas inscrições, mais de 30 selecionadas... Conseguimos nos classificar para as finais!", celebrou em post no Instagram.

De lá para cá, ele segue firme na estrada, levando sua música aos quatro cantos, em barzinhos, festivais e eventos regionais, onde o talento e a entrega falam mais alto. Os registros nas redes mostram essa jornada viva: apresentações no Festival Gastrobeer (Argirita), na Cervejaria Sr. Müller (Juiz de Fora), no Rancho União (Silva Jardim, RJ) e no Distrito de Taruaçu (São João Nepomuceno) confirmam que a essência do artista está justamente na troca com o público, olho no olho, voz e violão.
A parceria dos sonhos: Michael Sullivan, o "Mestre"

O que eleva "Podicê" a outro patamar é a colaboração com Michael Sullivan, lenda da MPB. Apaixonado por releituras folk de clássicos brasileiros, Anderson sonhava com o hitmaker. "Sullivan! O cara que eu sou mais apaixonado", recorda. O que começou como ideia de feat em "Um Dia de Domingo" virou EP completo.
Na casa do mestre, violões em mãos, Sullivan ouviu as demos e decretou: "Não vamos fazer um single. Vamos produzir um EP. Essas músicas são boas, eu vou fazer o refrão pra você". O refrão de "Podicê" nasceu ali, com a sabedoria de quem sabe que "o tempo é um remédio preciosíssimo".
Hoje, áudios semanais do Sullivan chegam como pai para filho: "Você pra mim é um filho que eu não tive". Emocionado, Anderson resume: "Fiquei embabacado".
O futuro? Uma discografia para os filhos

Nada Separa A Gente é só o começo. "O primeiro EP é de história: uma música para minha esposa, uma para cada filho, uma para meu pai", revela. Em 2026, álbum-tributo aos mestres como Henrique Bonna e Arnóbio Nóbrega. "A música me ensinou que estamos aqui por missão... Vida é troca", reflete, grato por 20 anos de alegrias, amizades e camarins cheios de rede.
Ouça agora no Spotify, YouTube (@andersonalmeida.musica) e siga no Instagram (@andersonalmeida.musica).
Anderson Almeida não espera: ele faz acontecer. E o tempo? Ele cura e consagra. Podicê é prova.
Assista ao clipe de Vivendo Aqui No Mato na voz de Anderson Almeida:

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